A AULA NOSSA DE CADA DIA
Blog e Portfólio da Professora Cacília Nogueira
sexta-feira, 26 de abril de 2024
Sucesso Redações Enem 2023
Estudantes da E.E. Professor Antônio Berreta que conquistaram nota 800 + na redação Enem 2023!
terça-feira, 31 de outubro de 2023
Escola Estadual Professor Antônio Berreta recebe verba por configurar entre as dez escolas com melhor desempenho da rede Estadual de Ensino
quinta-feira, 26 de outubro de 2023
Avaliação "O quinze"
Nome:
série:
Questões sobre a
obra – O quinze
1-
Em que ano nasceu Rachel de Queiroz?
2. Por que “O quinze” é
considerada uma obra regionalista?
3. Que assuntos as obras de Rachel
de Queiroz enfocam?
4.Quantos anos tinha Rachel de
Queiroz quando escreveu a obra “O quinze”?
5.Em 1937, Rachel de Queiróz foi
presa, acusada do quê?
6.Quantos anos Rachel de Queiroz
ficou na cadeia?
7.A qual geração do Modernismo
pertence a obra “O quinze”?
8.Em 1930 houve um golpe que
tirou o presidente Washington Luis do poder, qual presidente assume o seu
lugar?
9. A linguagem presente na obra é
formal ou informal?
10.Quantos capítulos tem a obra
“O quinze”?
11.Com quem o personagem Chico
Bento da obra “O quinze” era casado?
12. Qual era a profissão de
Conceição?
13. Conceição era apaixonada por
qual personagem?
14. Em que ano se passa a
história narrada no livro “O quinze”?
15. A família de Chico Bento sai
de Quixadá em direção a qual cidade?
quarta-feira, 25 de outubro de 2023
Atividade sobre a obra "O quinze" - Rachel de Queiroz
O Quinze
Rachel de Queiroz
Capítulo 1
[...]
Conceição tinha
vinte e dois anos e não falava em casar. As suas poucas tentativas de namoro
tinham-se ido embora com os dezoito anos e o tempo de normalista; dizia
alegremente que nascera solteirona.
Ouvindo isso, a
avó encolhia os ombros e sentenciava que mulher que não casa é um aleijão…
— Esta menina tem umas ideias!
Estaria com razão
a vó? Porque, de fato, Conceição
talvez tivesse umas ideias; escrevia um livro sobre pedagogia, rabiscava
dois sonetos [...]
1. Nos
trechos:
—
Esta menina tem umas ideias!
[...]
Conceição talvez tivesse umas ideias; observamos que a palavra ideias tem
“sentidos” distintos, um dado pela avó de Conceição e outro pelo narrador. Que
sentidos são esses?
2. Qual
é a relação entre as ideias de Conceição sobre casamento e o fato de ela estar
escrevendo um livro sobre pedagogia e rabiscando dois sonetos? Explique como
esses elementos podem estar interligados na construção da personalidade e dos
interesses de Conceição.
Capítulo
22
Dona Inácia tomou
o volume das mãos da neta e olhou o título:
— E esses livros
prestam para moça ler, Conceição? No meu tempo, moça só lia romance que o padre
mandava...
Conceição riu de
novo:
— Isso não é
romance, Mãe Nácia. Você não está vendo? É um livro sério, de estudo...
— De que trata?
Você sabe que eu não entendo francês...
Conceição, ante
aquela ouvinte inesperada, tentou fazer uma síntese do tema da obra, procurando
ingenuamente encaminhar a avó para suas tais ideias:
— Trata da
questão feminina, da situação da mulher na sociedade, dos direitos maternais,
do problema...
Dona Inácia
juntou as mãos, aflita:
— E minha filha,
para que uma moça precisa saber disso? Você quererá ser doutora, dar para
escrever livros?
Novamente o riso
da moça soou:
— Qual o quê, Mãe
Nácia! Leio para aprender, para me documentar...
— E só para isso,
você vive queimando os olhos, emagrecendo... Lendo essas tolices...
— Mãe Nácia,
quando a gente renuncia a certas obrigações, casa, filhos, família, tem que
arranjar outras coisas com que se preocupe... Senão a vida fica vazia demais...
— E para que você
torceu sua natureza? Por que não se casa?
3.Conceição e sua avó (mãe Nácia) têm visões
distintas acerca da função da leitura. Expliquem que visões são essas.
4.O que mãe Nácia parece querer dizer com a
expressão:
— E para que você torceu sua natureza?
5.Compare o trecho do texto: você vive queimando
os olhos e o anúncio de uma concessionária de carros: Estamos queimando os
seminovos. Acerca dos sentidos criados pela palavra queimando, é apropriado
afirmar que:
a. em ambas há uma utilização da linguagem em seu sentido
estritamente literal.
b. apenas em uma delas a linguagem foi utilizada em seu sentido
estritamente literal.
c. em ambas o sentido é metafórico e é apreendido pela associação
com o contexto.
d. em ambas o sentido é metafórico e é apreendido apenas pelas
regras gramaticais.
e. em ambas o sentido é metafórico e não pode ser apreendido
porque é incoerente.
(UEA-SIS 3ª Etapa 2015) –A questão focaliza o romance O Quinze, da
escritora Rachel de Queiroz (1910-2003).
O Quinze caiu de repente ali por meados de 30 e fez nos espíritos
estragos maiores que o romance de José Américo [A bagaceira], por ser livro de
mulher e, o que na verdade causava assombro, de mulher nova. Seria realmente
mulher? Não acreditei. Lido o volume e visto o retrato no jornal, balancei a
cabeça: “Não há ninguém com este nome. É pilhéria. Uma garota assim fazer
romance! Deve ser pseudônimo de sujeito barbado”.
Depois conheci João Miguel e conheci Rachel de Queiroz, mas
ficou-me durante muito tempo a ideia idiota de que ela era homem, tão forte
estava em mim o preconceito que excluía as mulheres da literatura. Se a moça
fizesse discursos e sonetos, muito bem. Mas escrever João Miguel e O Quinze não
me parecia natural.
6. Depreende-se da leitura do comentário que Graciliano Ramos:
a. reprovava o fato de uma “mulher nova” se aventurar a escrever
um romance.
b. acreditava que O Quinze, por ser “livro de mulher”, corrompia a
literatura brasileira.
c. considerava natural que mulheres também se dedicassem à escrita
de romances.
d. reprovava o fato de um escritor “barbado” se valer de um
pseudônimo feminino.
e. admitia o preconceito de que as mulheres deveriam se limitar a
escrever sonetos.
O Quinze
Rachel de Queiroz
Capítulo 9
Chegou a desolação da primeira fome.
Vinha seca e trágica, surgindo no fundo sujo dos sacos vazios, na descarnada
nudez das latas raspadas.
— Mãezinha, cadê a janta?
— Cala a boca, menino! Já vem!
— Vem lá o quê!...
Angustiado, Chico Bento apalpava os
bolsos... nem um triste vintém azinhavrado...
[...]
7. 7. Quais são as características da linguagem utilizada no trecho para descrever a fome?
c 8.Como a linguagem utilizada nas falas reflete
o contexto de desolação e pobreza retratado na narrativa?
Capítulo 12
[...]
Cordulina, que vinha quase cambaleando,
sentou-se numa pedra e falou, numa voz quebrada e penosa:
— Chico, eu não posso mais... Acho até
que vou morrer. Dá-me aquela zoeira na cabeça!
Chico Bento olhou dolorosamente a
mulher. O cabelo, em falripas sujas, como que gasto, acabado, caía, por cima do
rosto, envesgando os olhos, roçando na boca. A pele, empretecida como uma
casca, pregueava nos braços e nos peitos, que o casaco e a camisa rasgada
descobriam.
A saia roída se apertava na cintura em
dobras sórdidas; e se enrolava nos ossos das pernas, como um pano posto a
enxugar se enrola nas estacas da cerca.
Num súbito contraste, a memória do
vaqueiro confusamente começou a recordar a Cordulina do tempo do casamento.
Viu-a de branco, gorda e alegre, com
um ramo de cravos no cabelo oleado e argolas de ouro nas orelhas...
Depois sua pobre cabeça dolorida
entrou a tresvariar; a vista turbou-se como as ideias; confundiu as duas
imagens, a real e a evocada, e seus olhos visionaram uma Cordulina fantástica,
magra como a morte, coberta de grandes panos brancos, pendendo-lhe das orelhas
duas argolas de ouro, que cresciam, cresciam, até atingir o tamanho do sol.
7 9. Na passagem, Chico Bento vê Cordunila
de três formas distintas. Descreva-as, relacionando as adjetivações utilizadas
e identificando as possíveis intencionalidades da autora ao fazer tais
escolhas.
(UFT/TO 2013) Leia o fragmento de
texto para responder a questão a seguir.
Chegou a desolação da primeira fome.
Vinha seca e trágica, surgindo no fundo sujo dos sacos vazios, na descarnada
nudez das latas raspadas.
— Mãezinha, cadê a janta?
— Cala a boca, menino! Já vem!
— Vem lá o quê!...
Angustiado, Chico Bento apalpava os
bolsos... nem um triste vintém azinhavrado...
Lembrou-se da rede nova, grande e de
listras que comprara em Quixadá por conta do vale de Vicente.
Tinha sido para a viagem. Mas antes
dormir no chão do que ver os meninos chorando, com a barriga roncando de fome.
Estavam já na estrada do Castro. E se
arrancharam debaixo dum velho pau-branco seco, nu e retorcido, a bem dizer ao
tempo, porque aqueles cepos apontados para o céu não tinham nada de abrigo.
O vaqueiro saiu com a rede, resoluto:
- Vou ali naquela bodega, ver se dou
um jeito...
Voltou mais tarde, sem a rede,
trazendo uma rapadura e um litro de farinha:
- Tá aqui. O homem disse que a rede
estava velha, só deu isso, e ainda por cima se fazendo de compadecido...
Faminta, a meninada avançou; e até Mocinha, sempre mais ou menos calada e indiferente, estendeu a mão com avidez.
710.O Quinze,
romance de estreia de Rachel de Queiroz, publicado em 1930, retrata a intensa
seca que marcou o ano de 1915 no sertão cearense. Considerando o fragmento
apresentado, é CORRETO afirmar:
a. a)O
fragmento apresenta um discurso moralizante, recorrente nos romances da segunda
geração modernista, e destaca o drama vivido pela família de Chico Bento diante
das dificuldades de sobrevivência.
b. b)) A
linguagem utilizada pela autora, para construir o romance, aproxima-se da
oralidade, conforme se vê no fragmento. Tal recurso é utilizado para se
contrapor à escrita extremamente rebuscada de alguns modernistas da primeira
geração, como Oswald de Andrade.
c. c))Apesar
de se referir à seca que marcou o ano de 1915, o romance coloca em primeiro
plano a violência e o desrespeito que marcam as relações sociais,
independentemente das condições climáticas; exemplo disso é a relação de
espoliação entre Chico Bento e o homem da bodega.
d. d)) Na
narrativa, estreitamente ligada às propostas de denúncia social dos
regionalistas de 30, destacam-se o drama da seca, a miséria e a degradação
humana, marcantes em cenas como a do fragmento citado.
e. e)Ainda
que publicado no início da década de 1930, momento de intensas mudanças políticas
e culturais no país, o romance liga-se estética e tematicamente às propostas
literárias da primeira geração modernista.