terça-feira, 31 de outubro de 2023

Escola Estadual Professor Antônio Berreta recebe verba por configurar entre as dez escolas com melhor desempenho da rede Estadual de Ensino






No dia 26 de outubro, a E.E. Prof. Antônio Berreta foi contemplada com uma verba de mais de cem mil reais, o valor é oriundo de uma emenda parlamentar individual da deputada federal Adriana Ventura.

A seleção foi feita por uma equipe técnica , considerando as dez escolas com melhor desempenho no IDESP (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo).

A Escola Berreta recebe estudantes do ensino médio de Itu e região (Salto, Cabreúva e Porto Feliz).

O bom desempenho está relacionado ao seu projeto pedagógico com ações focadas na valorização do protagonismo juvenil e na formação de um jovem solidário e competente. Além das constantes formações dos profissionais do quadro educacional, a instituição conta com um espaço que dispõe de laboratório equipado, sala de leitura organizada e equipe alinhada com os princípios e as premissas do programa de ensino integral focando sempre na aprendizagem dos estudantes.

Parabéns a todos!



quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Avaliação "O quinze"

 

Nome:                                                                               série:

Questões sobre a obra – O quinze

1-                  Em que ano nasceu Rachel de Queiroz?

2. Por que “O quinze” é considerada uma obra regionalista?

 

 

3. Que assuntos as obras de Rachel de Queiroz enfocam?

 

 

4.Quantos anos tinha Rachel de Queiroz quando escreveu a obra “O quinze”?

 

5.Em 1937, Rachel de Queiróz foi presa, acusada do quê?

 

 

6.Quantos anos Rachel de Queiroz ficou na cadeia?

 

7.A qual geração do Modernismo pertence a obra “O quinze”?

 

8.Em 1930 houve um golpe que tirou o presidente Washington Luis do poder, qual presidente assume o seu lugar?

 

9. A linguagem presente na obra é formal ou informal?

 

10.Quantos capítulos tem a obra “O quinze”?

 

11.Com quem o personagem Chico Bento da obra “O quinze” era casado?

 

12. Qual era a profissão de Conceição?

13. Conceição era apaixonada por qual personagem?

14. Em que ano se passa a história narrada no  livro “O quinze”?

15. A família de Chico Bento sai de Quixadá em direção a qual cidade?

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Atividade sobre a obra "O quinze" - Rachel de Queiroz

 

 

O Quinze

Rachel de Queiroz

Capítulo 1

[...]

Conceição tinha vinte e dois anos e não falava em casar. As suas poucas tentativas de namoro tinham-se ido embora com os dezoito anos e o tempo de normalista; dizia alegremente que nascera solteirona.

Ouvindo isso, a avó encolhia os ombros e sentenciava que mulher que não casa é um aleijão…

— Esta menina tem umas ideias!

Estaria com razão a vó? Porque, de fato, Conceição talvez tivesse umas ideias; escrevia um livro sobre pedagogia, rabiscava dois sonetos [...]

 

1.      Nos trechos:

— Esta menina tem umas ideias!

[...] Conceição talvez tivesse umas ideias; observamos que a palavra ideias tem “sentidos” distintos, um dado pela avó de Conceição e outro pelo narrador. Que sentidos são esses?

 

2.      Qual é a relação entre as ideias de Conceição sobre casamento e o fato de ela estar escrevendo um livro sobre pedagogia e rabiscando dois sonetos? Explique como esses elementos podem estar interligados na construção da personalidade e dos interesses de Conceição.

Capítulo 22

Dona Inácia tomou o volume das mãos da neta e olhou o título:

— E esses livros prestam para moça ler, Conceição? No meu tempo, moça só lia romance que o padre mandava...

Conceição riu de novo:

— Isso não é romance, Mãe Nácia. Você não está vendo? É um livro sério, de estudo...

— De que trata? Você sabe que eu não entendo francês...

Conceição, ante aquela ouvinte inesperada, tentou fazer uma síntese do tema da obra, procurando ingenuamente encaminhar a avó para suas tais ideias:

— Trata da questão feminina, da situação da mulher na sociedade, dos direitos maternais, do problema...

Dona Inácia juntou as mãos, aflita:

— E minha filha, para que uma moça precisa saber disso? Você quererá ser doutora, dar para escrever livros?

Novamente o riso da moça soou:

— Qual o quê, Mãe Nácia! Leio para aprender, para me documentar...

— E só para isso, você vive queimando os olhos, emagrecendo... Lendo essas tolices...

— Mãe Nácia, quando a gente renuncia a certas obrigações, casa, filhos, família, tem que arranjar outras coisas com que se preocupe... Senão a vida fica vazia demais...

— E para que você torceu sua natureza? Por que não se casa?

 

3.Conceição e sua avó (mãe Nácia) têm visões distintas acerca da função da leitura. Expliquem que visões são essas.

 

4.O que mãe Nácia parece querer dizer com a expressão:

— E para que você torceu sua natureza?

 

5.Compare o trecho do texto: você vive queimando os olhos e o anúncio de uma concessionária de carros: Estamos queimando os seminovos. Acerca dos sentidos criados pela palavra queimando, é apropriado afirmar que:

a. em ambas há uma utilização da linguagem em seu sentido estritamente literal.

b. apenas em uma delas a linguagem foi utilizada em seu sentido estritamente literal.

c. em ambas o sentido é metafórico e é apreendido pela associação com o contexto.

d. em ambas o sentido é metafórico e é apreendido apenas pelas regras gramaticais.

e. em ambas o sentido é metafórico e não pode ser apreendido porque é incoerente.

(UEA-SIS 3ª Etapa 2015) –A questão focaliza o romance O Quinze, da escritora Rachel de Queiroz (1910-2003).

O Quinze caiu de repente ali por meados de 30 e fez nos espíritos estragos maiores que o romance de José Américo [A bagaceira], por ser livro de mulher e, o que na verdade causava assombro, de mulher nova. Seria realmente mulher? Não acreditei. Lido o volume e visto o retrato no jornal, balancei a cabeça: “Não há ninguém com este nome. É pilhéria. Uma garota assim fazer romance! Deve ser pseudônimo de sujeito barbado”.

Depois conheci João Miguel e conheci Rachel de Queiroz, mas ficou-me durante muito tempo a ideia idiota de que ela era homem, tão forte estava em mim o preconceito que excluía as mulheres da literatura. Se a moça fizesse discursos e sonetos, muito bem. Mas escrever João Miguel e O Quinze não me parecia natural.

6. Depreende-se da leitura do comentário que Graciliano Ramos:

a. reprovava o fato de uma “mulher nova” se aventurar a escrever um romance.

b. acreditava que O Quinze, por ser “livro de mulher”, corrompia a literatura brasileira.

c. considerava natural que mulheres também se dedicassem à escrita de romances.

d. reprovava o fato de um escritor “barbado” se valer de um pseudônimo feminino.

e. admitia o preconceito de que as mulheres deveriam se limitar a escrever sonetos.

 

 

O Quinze

Rachel de Queiroz

Capítulo 9

Chegou a desolação da primeira fome. Vinha seca e trágica, surgindo no fundo sujo dos sacos vazios, na descarnada nudez das latas raspadas.

— Mãezinha, cadê a janta?

— Cala a boca, menino! Já vem!

— Vem lá o quê!...

Angustiado, Chico Bento apalpava os bolsos... nem um triste vintém azinhavrado...

[...]

7. 7. Quais são as características da linguagem utilizada no trecho para descrever a fome?

c  8.Como a linguagem utilizada nas falas reflete o contexto de desolação e pobreza retratado na narrativa?


Capítulo 12

[...]

Cordulina, que vinha quase cambaleando, sentou-se numa pedra e falou, numa voz quebrada e penosa:

— Chico, eu não posso mais... Acho até que vou morrer. Dá-me aquela zoeira na cabeça!

Chico Bento olhou dolorosamente a mulher. O cabelo, em falripas sujas, como que gasto, acabado, caía, por cima do rosto, envesgando os olhos, roçando na boca. A pele, empretecida como uma casca, pregueava nos braços e nos peitos, que o casaco e a camisa rasgada descobriam.

A saia roída se apertava na cintura em dobras sórdidas; e se enrolava nos ossos das pernas, como um pano posto a enxugar se enrola nas estacas da cerca.

Num súbito contraste, a memória do vaqueiro confusamente começou a recordar a Cordulina do tempo do casamento.

Viu-a de branco, gorda e alegre, com um ramo de cravos no cabelo oleado e argolas de ouro nas orelhas...

Depois sua pobre cabeça dolorida entrou a tresvariar; a vista turbou-se como as ideias; confundiu as duas imagens, a real e a evocada, e seus olhos visionaram uma Cordulina fantástica, magra como a morte, coberta de grandes panos brancos, pendendo-lhe das orelhas duas argolas de ouro, que cresciam, cresciam, até atingir o tamanho do sol.

7 9. Na passagem, Chico Bento vê Cordunila de três formas distintas. Descreva-as, relacionando as adjetivações utilizadas e identificando as possíveis intencionalidades da autora ao fazer tais escolhas.


(UFT/TO 2013) Leia o fragmento de texto para responder a questão a seguir.

Chegou a desolação da primeira fome. Vinha seca e trágica, surgindo no fundo sujo dos sacos vazios, na descarnada nudez das latas raspadas.

— Mãezinha, cadê a janta?

— Cala a boca, menino! Já vem!

— Vem lá o quê!...

Angustiado, Chico Bento apalpava os bolsos... nem um triste vintém azinhavrado...

Lembrou-se da rede nova, grande e de listras que comprara em Quixadá por conta do vale de Vicente.

Tinha sido para a viagem. Mas antes dormir no chão do que ver os meninos chorando, com a barriga roncando de fome.

Estavam já na estrada do Castro. E se arrancharam debaixo dum velho pau-branco seco, nu e retorcido, a bem dizer ao tempo, porque aqueles cepos apontados para o céu não tinham nada de abrigo.

O vaqueiro saiu com a rede, resoluto:

- Vou ali naquela bodega, ver se dou um jeito...

Voltou mais tarde, sem a rede, trazendo uma rapadura e um litro de farinha:

- Tá aqui. O homem disse que a rede estava velha, só deu isso, e ainda por cima se fazendo de compadecido...

Faminta, a meninada avançou; e até Mocinha, sempre mais ou menos calada e indiferente, estendeu a mão com avidez.

710.O Quinze, romance de estreia de Rachel de Queiroz, publicado em 1930, retrata a intensa seca que marcou o ano de 1915 no sertão cearense. Considerando o fragmento apresentado, é CORRETO afirmar:

a.      a)O fragmento apresenta um discurso moralizante, recorrente nos romances da segunda geração modernista, e destaca o drama vivido pela família de Chico Bento diante das dificuldades de sobrevivência.

b.     b)) A linguagem utilizada pela autora, para construir o romance, aproxima-se da oralidade, conforme se vê no fragmento. Tal recurso é utilizado para se contrapor à escrita extremamente rebuscada de alguns modernistas da primeira geração, como Oswald de Andrade.

c.       c))Apesar de se referir à seca que marcou o ano de 1915, o romance coloca em primeiro plano a violência e o desrespeito que marcam as relações sociais, independentemente das condições climáticas; exemplo disso é a relação de espoliação entre Chico Bento e o homem da bodega.

d.     d)) Na narrativa, estreitamente ligada às propostas de denúncia social dos regionalistas de 30, destacam-se o drama da seca, a miséria e a degradação humana, marcantes em cenas como a do fragmento citado.

e.      e)Ainda que publicado no início da década de 1930, momento de intensas mudanças políticas e culturais no país, o romance liga-se estética e tematicamente às propostas literárias da primeira geração modernista.